O consórcio rural entra como um importante aliado para quem é do segmento de agronegócio, pois ele é responsável por aproximadamente um quarto do Produto Interno Bruto (PIB) do país.

Além disso, é uma área da economia em franca expansão – que envolve indústria, produção em larga escala, agricultura familiar, logística e muita pesquisa.

Para investir no agro, contudo, é preciso dispor de um volume de capital elevado, e é aí que o consórcio.

Até meados do século passado, apenas 2% das propriedades contavam com alguma máquina agrícola, de acordo com a da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Basicamente, a produção nacional era tocada manualmente, em produções altamente rudimentares.

Hoje o cenário mudou: para se tornar o “celeiro” do mundo, o país precisou profissionalizar sua produção. As técnicas de preparo da terra, plantio e colheita se modernizaram. O modal de distribuição também mudou, passando do ferroviário para o rodoviário.

O resultado? Até mesmo as propriedades menores precisam de um patrimônio mínimo de maquinário para dar conta desta nova realidade.

O consórcio no setor agropecuário é uma forma de financiamento coletivo que permite que produtores rurais adquiram bens e serviços relacionados ao agronegócio, como maquinário, implementos agrícolas, veículos, insumos e até terras, de maneira planejada e sem a necessidade de pagamento de juros.

De acordo com a Associação Brasileira de Administradoras de Consórcio (ABAC), já são mais de 220 mil participantes de consórcios no agro brasileiro atualmente.

Como funciona um consórcio rural

Formação de grupos: Um grupo de pessoas (produtores rurais, cooperados ou empresas do setor) se reúne com o objetivo comum de adquirir um bem ou serviço. Cada participante contribui com uma quantia mensal, de acordo com o valor total do bem ou serviço e o prazo do consórcio.

Sorteios e lances: A cada período (geralmente mensal), ocorre um sorteio onde um dos participantes é contemplado e recebe a carta de crédito, que pode ser usada para adquirir o bem ou serviço do consórcio. Além do sorteio, os participantes podem oferecer lances para antecipar a contemplação, ou seja, ofertar uma quantia extra para ter a chance de ser o próximo a ser contemplado.

Carta de crédito: Ao ser contemplado, o produtor recebe uma carta de crédito, que é equivalente ao valor do bem ou serviço desejado. Ele pode usar essa carta para adquirir o bem, que muitas vezes é algo como tratores, colheitadeiras, caminhões, etc.

Pagamento sem juros: Diferente de um financiamento tradicional, o consórcio não cobra juros sobre o valor pago. O consorciado paga apenas a taxa de administração e eventuais seguros, tornando-o uma opção mais barata do que o financiamento bancário. No entanto, é necessário esperar ser contemplado para poder adquirir o bem.

Flexibilidade de uso da carta de crédito: Em alguns casos, se o valor da carta de crédito for maior do que o necessário para adquirir o bem, o consorciado pode usar o saldo restante para comprar outros itens relacionados ao agro.

E o que pode ser consorciado?

Caminhões, máquinas agrícolas, implementos e determinados tipos de serviços podem compor as cartas de crédito de um consórcio.

No consórcio de caminhões da Unifisa, o contemplado consegue 100% do crédito e pode pagar em até 100 meses, sem juros. Se desejar, pode antecipar a contemplação por meio de lances livres, lances fixos e lances embutidos.

Para o maquinário agrícola as condições são parecidas, e os participantes são incluídos em grupos com perfis financeiros semelhantes: são grupos com faixa de no máximo 50% de diferença entre o menor e o maior crédito, permitindo a entrega de qualquer crédito contemplado no mês.

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